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Literatura
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8 frases icônicas que nunca foram dita

“Quem conta um conto aumenta um ponto”, disse certa vez Clarice Lispector. Só que não. A escritora, campeã informal de citações equivocadas, não é a única a ganhar fama por frases que nunca disse. Ao longo da história, nomes ilustres – da realidade e da ficção – viram suas palavras serem distorcidas, mal interpretadas ou, até mesmo, (re)inventadas. A SUPER listou 8 frases famosas que nunca foram ditas e a história por trás destes enganos:

1. “No entanto ela se move”


Galileu em frente ao Santo Ofício, em quadro de Joseph-Nicolas Robert-Fleury

No século XVII, o italiano Galileu Galilei foi físico, filósofo, matemático, astrônomo e réu. Sua defesa ao Heliocentrismo – teoria que dizia que a Terra não era o centro do Universo, mas sim girava em torno de um Sol estacionário – causou polêmica entre os responsáveis pela Inquisição, que ainda estavam bem apegados à ideia do Geocentrismo, que considera a Terra o centro de tudo o que existe.

Acusado de heresia, precisou negar suas ideias diante de um tribunal para escapar da fogueira. Reza a lenda que, após se retratar, Galileu ousadamente resmungou que, “no entanto, ela [a Terra], se move”. Porém, a frase E pur si muove! não consta em nenhum registro oficial que confirme que ela de fato foi dita – nem mesmo a mais antiga biografia do cientista, escrita por um de seus discípulos, faz referência a ela.


2. “Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”

Apesar do que você possivelmente ouviu nas aulas de história, Voltaire nunca disse as palavras acima. Mas a sua biógrafa o fez: é da escritora inglesa Evelyn Beatrice Hall a famosa frase que simboliza o direito de livre expressão. Sob o pseudônimo de Stephen G. Tallentyre, a autora teria criado esta sentença para resumir o pensamento do filósofo na biografia The Friends of Voltaire, de 1906, como afirma o livro They Never Said It: A Book of Fake Quotes, Misquotes, and Misleading Attributions.


3. “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”

Se você reparar com atenção, vai perceber que a icônica frase dita por Neil Armstrong ao pisar na Lua tem um problema conceitual. “O homem” é equivalente a “a humanidade”, tornando a afirmação um pouco redundante – ou, simplesmente, sem sentido. Seria um tanto frustrante, caso o astronauta realmente a tivesse dito desta forma.

Neil argumenta que uma palavra se perdeu em meio a estática durante a transmissão: sua frase original teria sido “Um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade”. Foram várias as tentativas públicas de Armstrong para corrigir o sentido de sua fala, mas, como você deve ter imaginado, elas foram em vão. A sentença imortalizada é aquela que todo o mundo ouviu em 1969 – faça sentido ou não.


4. “Elementar, meu caro Watson”

Você já ouviu Sherlock Holmes proferir esta frase – mas nunca a leu nos livros de Sir Arthur Conan Doyle. Na obra do escritor britânico, o detetive usa (muitas) outras palavras para destacar sua superioridade intelectual, é verdade, mas as falas que mais se aproximam da hoje icônica citação se encontram em dois de seus contos: em O Corcunda, Holmes usa a palavra “Elementar”; em A Caixa de Papelão, dispara um “Superficial, meu caro Watson”.

The Return of Sherlock Holmes (1929), primeira adaptação cinematográfica com som dos livros de Doyle, foi a responsável por combinar as duas sentenças. A série radiofônica The New Adventures of Sherlock Holmes (que pode ser ouvida aqui), veiculada entre 1939 e 1947, usava recorrentemente a fala e ajudou imortalizar de vez a frase do famoso investigador. Elementar, meu caro leitor.


5. “Temo que tudo o que fizemos foi despertar um gigante adormecido e enchê-lo de terrível determinação”

O Almirante Isoroku Yamamoto, da Marinha do Japão, foi o responsável por planejar o ataque à base naval estadunidense de Pearl Harbor. A manhã do dia 7 de dezembro de 1941 (o “dia que viverá na infâmia”, como declarou o então presidente americano, Franklin Roosevelt) marcou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e levou à morte de Yamamoto menos de seis meses depois.

Embora haja indícios de que o arrependimento do almirante tenha sido real, não se tem registro oficial de que ele tenha dito a famosa frase acima. Alguns atribuíram ao filme de 1970 Tora! Tora! Tora! a origem da fala mas, segundo dados do Imdb, a citação já era famosa antes de chegar à telona.


6. “Os ingleses estão chegando! Os ingleses estão chegando”

A guerra que levou à independência das Treze Colônias, proclamada em 4 de Julho de 1776, tem como um de seus ícones o mensageiro de batalha Paul Revere. Durante a guerra da independência dos Estados Unidos, Revere ajudou a organizar uma rede de inteligência em Boston que monitorava a movimentação das forças britânicas no território americano. Em abril de 1775, sua missão era avisar aos companheiros patriotas que os ingleses estavam, sim, chegando – mas gritar a mensagem em um território repleto de tropas inimigas teria sido pouco eficaz.

Sua corrida foi feita em segredo e não incluía o termo “ingleses” – afinal, até aquele momento, os colonos ainda não haviam se desligado do seu país de origem, sendo, portanto, também ingleses. A frase equivocada provavelmente foi atribuída ao mensageiro graças a Paul Revere’s Ride, poema escrito por Henry Wadsworth Longfellow em 1860 e que faz homenagem ao patriota americano recriando sua corrida noturna com certa ~liberdade poética~.


7. “Toque outra vez, Sam”

Quase mais famosa do que a clássica “Nós sempre teremos Paris”, dita por Rick, personagem de Humphrey Bogart, no final de Casablanca, “Play it again, Sam” é aquele tipo de citação que você nem precisa ter assistido ao filme pra conhecer. Pena que ela não existe. No longa de 1942, a frase nunca é dita. Isla, a personagem de Ingrid Bergman, chega bem perto, no entanto: “Toque uma vez, Sam. Pelos velhos tempos”, ela pede ao pianista vivido por Dooley Wilson.

Os responsáveis por popularizar a frase inexistente podem ser dois: os Irmãos Marx, que no filmeUma Noite em Casablanca (1946) usam a fala incorreta, ou o diretor Woody Allen, que em 1972 lançou Play it again, Sam, longa-metragem que faz homenagem à clássica película e chegou ao Brasil com o nome de Sonhos de um Sedutor.


8. “Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os que vêem as coisas de forma diferente. (…) Enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para pensarem que podem mudar o mundo, são as que de fato o fazem”


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Embora não seja apenas uma frase (mas sim uma porção delas), seria impossível deixar de falar do “pensamento” tantas vezes erroneamente atribuído a Jack Kerouac. O escritor estadunidense não é autor da famosa citação – tampouco Steve Jobs, mas esse chute pelo menos chega mais perto do gol. Rob Siltanen e Ken Segal são os verdadeiros responsáveis pelo texto que faz parte da campanha “Think Different” da Apple, veiculada em 1997 e 1998, e presente em dois comerciais narrados pelo ator Richard Dreyfuss.

A ligação equivocada com o autor da geração beat se deve provavelmente a um trecho de On the road, lançado em 1957, que também faz referência aos gênios rebeldes: “Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira, mas queimam, queimam, queimam”.


Bônus cinematográfico
:
 Casos de paternidade desconhecida são sempre cheios de emoção – que o diga Luke Skywalker. Não bastasse a revelação bombástica na antológica cena de Star Wars Episódio V: O Império Contra-Ataca, o filme ainda nos reserva uma outra surpresa: na sequência reveladora, Darth Vader não disse exatamente “Luke, I am your father”, como todo mundo gosta de citar. A frase correta é “No, I am your father”. Assista de novo e tire a prova.

Conhece mais alguma frase que nunca foi dita? Conte para a gente nos comentários.

Imagens: Wikimedia Commons

Literatura Brasileira: origens

 
Literatura Brasileira: origens 
Trovador da lírica medieval
 

No século XII, momento em que os árabes foram expulsos da península Ibérica e o Estado português se formava, surgem os primeiros escritos da literatura portuguesa. 
Esses escritos constituem a produção da primeira época medieval, também conhecida como Trovadorismo. 

O Trovadorismo 

Na primeira época medieval Portugal conheceu manifestações literárias tanto na prosa quanto no teatro, mas o que alcançou popularidade foi a poesia, pois a escrita era pouco difundida na época e a poesia era facilmente memorizada, assim era transmitida oralmente. 
Quando os poemas eram cantados havia acompanhamento musical, com instrumentos de música e dança, por esse motivo os poemas foram chamados de cantigas. Os autores das cantigas eram os trovadores, nome que deu origem ao Trovadorismo. Esses trovadores pertenciam ao clero ou à nobreza, entre as camadas populares, quem cantava e executava as canções, mas não as criava, eram os jograis. 

As cantigas foram cultivadas no gênero lírico e satírico e são organizadas em quatro tipos. No gênero lírico temos as cantigas de amor e as cantigas de amigo, no gênero satírico, as cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. 

Cantigas de amigo e cantigas de amor 

As cantigas foram cultivadas nas cortes portuguesas por trovadores que eram nobres do sexo masculino, mas apresentam diferenças de forma e de conteúdo. 

Cantigas de amor: 
- eu lírico masculino 
- ausência do paralelismo de par de estrofes e do leixa-pren. 
- predomínio das idéias 
- assunto principal: o sofrimento amoroso do eu lírico perante uma mulher idealizada e distante. 
- amor cortês, convencionalismo amoroso 
- ambientação aristocrática das cortes 
- forte influência provençal. 

Cantigas de amigo 
- eu lírico feminino 
- presença de paralelismo 
- predomínio da musicalidade 
- assunto principal: o lamento da moça cujo namorado partiu 
- amor natural e espontâneo 
- ambientação popular rural ou urbana 
- influência da tradição oral ibérica. 

Cantigas de escárnio e cantigas de maldizer 

A primeira experiência da literatura portuguesa na sátira se reflete nas cantigas de escárnio e de maldizer, também possuem, em seus aspectos culturais, morais, lingüísticos, um importante valor histórico, como registro da sociedade medieval portuguesa. 
As cantigas de escárnio e de maldizer exploravam recursos expressivos, voltando-se para a crítica de costumes, tinham como alvo os clérigos devassos, prostitutas, cavaleiros e nobres covardes na guerra, as soldadeiras, ironizando e satirizando-os.
As diferenças entre as duas cantigas não são muito evidentes, nas cantigas de escárnio o nome da pessoa satirizada, geralmente não é revelado. A linguagem é irônica, sutil e rica em ambigüidades. A cantiga de maldizer explicita o nome da pessoa satirizada fazendo uma crítica direta em forma de chacota. A linguagem é áspera, muitas vezes lasciva.